Resultados



CLIMRisk - Medidas de adaptação às alterações climáticas na gestão dos riscos naturais e ambientais  

 

Apresenta-se de seguida um breve resumo de alguns resultados decorrentes da investigação efetuada pela equipa de investigadores do projecto CLIMRisk, complementada com um conjunto de posters que fizeram parte de uma pequena exposição no Colóquio de Encerramento do mesmo.

Início

A Equipa

Base de Dados

A) Resumo dos principais resultados

Para a área de estudo foram analisadas as temperaturas máximas, mínimas, precipitação e humidade relativa, para diversos períodos de tempo e para ambos RCPs. Apresentaremos aqui somente os resultados relativos aos campos médios da climatologia sazonal da temperatura média (TG) para 1961-1990 e para 2041-2070 (RCP4.5) que apontam para um aumento global de TG em todas as estações com particular expressão no Verão. As anomalias de TG indicam um aumento entre 1 a 1,6°C para o Inverno (DJF), 1,2 a 1,8°C para a Primavera (MAM), 1,7 a 2,3°C para o Outono (SON) e entre 1,6 a 2,7°C para o Verão (JJA). As regiões mais afetadas serão as do interior norte e sul e na área de estudo os concelhos do interior (Vila de Rei, Sertã, Sardoal, Abrantes, Mação, Proença-a-Nova e Oleiros) serão os mais afetados, em particular no Outono e Verão.

Análise da temperatura média sasonal para 1961-1990 e 2041-2070 RCP4.5

Análise da precipitação média sasonal para 1961-1990 e 2041-2070 RCP4.5

Na monitorização da qualidade ambiental (River Habitat Survey), observou-se um moderado grau de artificialização de alguns troços do rio Nabão principalmente a montante de Tomar. Estes resultados contrastam com os que foram obtidos nos troços analisados do rio Lis que apresentam valores elevados de alteração das suas condições naturais, em resultado da elevada antropização.

Análise da Qualidade ambiental (Bacias hidrográficas dos Rios Lis e Nabão)

A aplicação de uma análise multicritério baseada em SIG no contexto da avaliação do risco de inundação na bacia do rio Nabão (doi:10.1063/1.5043854), mostrou que 12,5% da bacia do Rio Nabão é propensa a risco moderado de inundação. É percetível que 15% e 2,2% dessa bacia são suscetíveis a alto e muito alto risco de inundação, respetivamente. Estas áreas são as mais próximas do Rio Nabão e seus afluentes, como esperado e geralmente estão em baixas altitudes.

No estudo de modelação hidráulica de inundações no Rio Lis, os modelos climáticos concordam que o número de dias com caudais que excedem o período de retorno de 100 anos aumentará até ao final de 2070. Também se concluiu que irá aumentar a frequência do risco de inundação e a magnitude dos danos. Os resultados obtidos neste caso piloto foram utilizados como linhas orientadoras para a definição de medidas de adaptação. Estas propostas promovem a avaliação da viabilidade económica e técnica da implementação de grey structures, de nature based solutions e early warning systems (sistemas de previsão e alerta).

Modelação hidráulica de inundações no Rio Lis

Analisou-se a existência de uma relação entre o FWI e a área média mensal queimada e o número médio de ignições, sustentado pelos SIG. Entre 2001-2017 e para os meses entre junho e outubro, encontrou-se uma relação exponencial entre as variáveis (área queimada e FWI). O número de ignições aumenta inicialmente com o valor FWI e, em seguida, o número de ignições estabiliza-se para valores FWI superiores a 32,5 (valores muito altos e extremos). A distribuição espacial FWI explica a maior parte da variância da área queimada e do número de ocorrências de incêndio e as equações previstas têm um R-quadrado alto. Esta abordagem permite fornece informações básicas para a previsão da área queimada e do número de ocorrências de incêndios em cenários climáticos futuros.

Avaliação de relações entre FWI, área mensal queimada e número médio de ignições (2001-2017)

Os efeitos das alterações climáticas na zona litoral da área de estudo dependem do tipo de costa e do tipo de ocupação. As zonas de praia são vulneráveis a tempestades face ao deficit de sedimentos, podendo ocorrer galgamentos nas zonas mais estreitas, enquanto que as zonas de arribas são mais vulneráveis à queda de blocos, desprendimentos e deslizamentos. As zonas de embocadura de linhas de água são vulneráveis a tempestades, podendo o mar avançar sobre terra, promovendo a salinização de terrenos, o assoreamento de linhas de água e inundações a montante.

Erosão Costeira na zona de estudo

No âmbito nacional, foram analisados os graus-dias de aquecimento e arrefecimento (HDD e CDD) para os dois RCPs. Até meados deste século (até 2050), projetam-se reduções significativas no HDD, diminuindo em grande parte, nas regiões Norte e Leste de Portugal. No cenário RCP8.5, na cidade do Porto (na região Norte), a demanda de aquecimento dever-se-á tornar mais parecida com Leiria, na zona centro. A demanda de aquecimento diminuirá em todo o território para ambos os cenários.

Análise das alterações climáticas na performance energética em edifícios

No contexto do projecto foram analisados, para a Península Ibérica, índices de aridez, de continentalidade e de oceanidade, as quatro principais divisões de WBCS (Worldwide Bioclimatic Classification System doi:10.1002/joc.6553) e a Classificação Climática de Koppen para diferentes períodos de 30 anos até 2040 para os RCPs 4.5 e 8.5. Em Portugal destaca-se um aumento considerável do clima mediterrânico de verão quente (CSa) que substitui progressivamente o tipo CSb até 2070. Projecta-se um aumento da aridez no Sul do país.

Resumo da análise bioclimática para a Península Ibérica até 2070

B) Divulgação e Disseminação de Resultados

I. Metodologia Focus Group 

Dinânimas de Focus Group: Reuniões

Dinânimas de Focus Group: Disseminação

II. SIG e Geoportal

Este projeto compreendeu uma componente de gestão territorial com a integração conjunta de várias áreas temáticas: GTSIG (Sistema de Informação Geográfica), GTC (Clima), GTI (Inundações), GTA (Ambiente), GTF (Florestas), GTECD (Erosão Costeira e Deslizamentos) e GTFG (Focus Grupo). O GTSIG permitiu a disponibilização de um repositório de dados espaciais completo e atualizado, funcionando em rede com os restantes Grupos, de forma a que cada investigador pudesse utilizar e produzir dados espaciais. Foi então construído um Geoportal, que irá sendo actualizado fora do período de vida do projecto.

Sistema de Informação Geográfica

III. Organização de Eventos e Publicações

Divulgação

C) Informações Adicionais

Para consulta de mais informação relativa aos resultados do CLIMRisk é favor consultar as pastas Organização de Eventos, Material Didático e Publicações.